segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

REVIEW: O SOBRINHO DO MAGO

Livro: O Sobrinho do Mago
Título original: The Magician's Nephew
Autor: C. S. Lewis
Editora: Martins Fontes
Número de páginas: 184

Sinopse:
A aventura começa quando Diggorye Polly vão parar no gabinete secreto do excêntrico tio André. Ludibriada por ele, Polly toca o anel mágico e desaparece. Diggory, aterrorizado, decide partir imediatamente em busca da amiga no Outro Mundo. Lá ele encontra Polly e, juntos, ouvem o mundo encantado de Nárnia, repleto de sol, árvores, flores, relva e animais.

O Sobrinho do Mago é, em ordem cronológica, a primeira crônica do mundo narniano, apesar de ter sido publicada em penúltimo lugar. Ainda não li todas as crônicas, mas das que já li esta é a minha preferida. Talvez isso seja porque é em O Sobrinho do Mago que Nárnia é criada, além de haver também o despertar da feiticeira e muitas outras coisas legais. Selecionei abaixo um trecho da criação de Nárnia:

"A Voz na terra estava agora mais alta a triunfante, mas as vozes no céu, depois de entoar com ela durante algum tempo, tornaram-se mais suaves. (...)

O céu do oriente passou de branco para rosa, e de rosa para dourado. A Voz subiu, subiu, até que todo o ar vibrou com ela. E quando atingiu o mais potente e glorioso som que já havia produzido, o sol nasceu."


Como está escrito na aba do volume único (lançado pela editora Martins Fontes) essas crônicas são enganosamente simples e diretas. Se você ler superficialmente O Sobrinho do Mago, você vai concluir que é um livro sobre a luta do bem contra o mal para crianças. Mas, se você para pensar ao menos um pouquinho, poderá perceber como a religião foi inserida na estória, de forma às vezes implícita, outras nem tanto. O leão Aslam, por exemplo, exerce o papel de Deus. Ele cria Nárnia com seu canto e, de forma geral, exerce um enorme poder. Leia o trecho abaixo:

"'O que ele está pensando é uma grande tolice - interrompeu Aslam. - Este mundo só estará explodindo de vida por alguns dias, pois a canção com que o chamei à vida ainda vibra no ar e retumba na terra. Não será por muito tempo. Mas não posso dizer isso a este velho pecador, como também não posso consolá-lo; ele mesmo se colocou fora do alcance da minha voz. Se eu lhe falasse, ouviria apenas rosnados e rugidos.'"

Analisando o trecho, pode-se perceber claramente a mensagem que está sendo passada de forma praticamente explícita ao leitor. Outra cena em que também podemos notar algumas metáforas é a da maçã, onde a feiticeira incita Diggory a comer a maçã, que não poderia ser usada para consumo próprio. Podemos, então, associar a feiticeira com a serpente e Diggory com Eva.

Somente um aspecto do livro achei que poderia ter sido melhor trabalhado: os personagens. Não consegui me apegar muito a eles, e acho que isso se deu por eles não serem muito explorados. Mas sei que O Sobrinho do Mago, assim como as outras crônicas, é destinado a crianças, e por isso o enfoque maior é na estória.

Recomendo a leitura!

Nota: 4 de 5 estrelas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário